VATICANO

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REGIÃO NORTE 3

Dom Alano Maria Du Noday, OP (1936-1976)

2º Bispo

Curriculum Vitae:

Em 1936 foi nomeado o segundo bispo para Porto Nacional. Foi outro dominicano, à época o mais novo bispo do episcopado brasileiro, o nobre francês, Dom Alano Maria Du Noday.

Dom Alano Maria Du Noday, nasceu em 2 de novembro de 1899 em Sain Servant, região da Bretanha, norte da França, com o nome de Jean Hubert Antoine du Noday. Terceiro filho do casal Conde Arthur Rolland du Noday e da Condessa Antoinette R. Du Noday, acabou tornando-se o único herdeiro após a morte de seus dois irmãos, ainda jovens. Foi tenente do exército francês. Serviu a Légion Française na África e, apesar de um futuro brilhante na carreira militar, pois era muito estimado por todos os seus superiores, pela fortuna e pelo prestígio familiar, decidiu largar tudo e dedicar-se à religião.

Ingressou na Ordem Dominicana, em São Maximino, convento dominicano de grande reconhecimento na região da Provença, sul da França, em maio de 1922.

Revestiu-se do hábito dominicano e recebeu o nome religioso de Frei Alano Maria du Nuday em 10 de junho de 1922.

Fez os primeiros votos religiosos em 24 de junho de 1923 e os votos definitivos como frade dominicano, três anos depois, em 24 de junho de 1926, após um tempo de estudos e de vivência do convento.

Após os estudos, de 1922 a 1928, Frei Alano foi ordenado presbítero no dia 04 de agosto de 1928, com quase 29 anos de idade . No entanto, o “campo de trabalho por ele sonhado, com total realização do seu sacerdócio, era a missão no Brasil” .

Chegou ao Brasil em 23 de junho de 1933 e permaneceu por três anos no Rio de Janeiro onde estudou a Língua Portuguesa, desenvolveu alguns trabalhos pastorais e fez muitas amizades que lhe foram úteis enquanto bispo no sertão de Goiás .

Durante o período em que esteve na capital federal do Brasil, Frei Alano foi nomeado segundo Bispo da Diocese de Porto Nacional no dia 19 de março de 1936 e foi sagrado bispo no dia 1º de maio do mesmo ano. Assim, Dom Alano Maria Du Noday tornou-se o bispo mais novo do Brasil, na época com apenas 37 anos de idade .

No mesmo ano de 1936, o nobre que virou bispo no sertão conheceu toda a extensão de sua Diocese numa grande visita pastoral de norte a sul, de leste a oeste. Conheceu o povo, os indígenas, a pobreza e as dificuldades que acarretavam os sertanejos que habitavam o antigo norte de Goiás, desolado e esquecido pelos centros administrativos do sul.

A atuação de Dom Alano à frente da diocese de Porto Nacional durante os 37 anos de seu episcopado marcou indelevelmente a região e, especialmente, o povo que o traz na lembrança como o ‘Missionário do Tocantins’.

No tocante à educação trouxe para a diocese institutos religiosos que abriram colégios e se responsabilizaram pela instrução de crianças e jovens, como o Colégio Cristo Rei de Pedro Afonso, o Colégio João de Abreu de Dianópolis, o Colégio Estadual de Cristalândia, o Colégio Assunção de Miracema, o Colégio Bernardo Sayão de Gurupi, entre outros. Suas iniciativas em Porto Nacional resultaram na criação de escolas, como o Colégio Estadual e a escola Irmã Aspásia.

Dedicou-se afinco para a implementação de uma linha do Correio Aéreo Nacional (CAN) através da FAB (Força Aérea Brasileira). Trouxe para diversas cidades da diocese congregações religiosas que muito contribuíram no trabalho de evangelização, como os Orionitas em Tocantinópolis, os Franciscanos em Cristalândia e os Redentoristas em Pedro Afonso . A partir do estabelecimento dessas três congregações católicas em pontos estratégicos da Diocese na década de 1950, Dom Alano inicia um plano de criação de novas dioceses no antigo norte de Goiás, desmembradas da Diocese de Porto Nacional.

Assim, em 1952 foi criada a Prelazia de Tocantinópolis, em 1956, a Prelazia de Cristalândia e em 1966, a Prelazia de Miracema do Norte. A criação de novas circunscrições eclesiásticas no antigo norte de Goiás a partir do desmembramento da Diocese de Porto Nacional constituiu um tempo novo na organização da Igreja Católica do Tocantins Dom Alano através de seu episcopado “foi um grande benfeitor de Porto Nacional (…) não há um só melhoramento público ou social conseguido por Porto durante o seu governo episcopal que não tenha sido implantado pelo culto e dinâmico pastor” .

Dom Alano renunciou a Diocese de Porto Nacional em maio de 1976, com 76 anos de idade entregando-a aos cuidados de Dom Celso Pereira de Almeida que, desde 1972 estava à frente da Diocese como Bispo Auxiliar. Antes de sua renúncia propriamente dita, com a chegada de Dom Celso em 1972, Dom Alano retirou-se e instalou-se em Campos Belos, a cidade mais distante da sede episcopal, para trabalhar como sacerdote naquela comunidade até 1984 quando, já debilitado pela idade e pela enfermidade, foi reconduzido à Porto Nacional onde morreu em 14 de dezembro de 1985.

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