VATICANO

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CNBB

REGIÃO NORTE 3

MEDITAÇÃO SOBRE A VERDADE

DOM ROMUALDO MATIAS KUJAWSKI
BISPO DIOCESANO DE PORTO NACIONAL
Por graça de Deus e designação
da Santa Sé Apostólica

2 DE NOVEMBRO – COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

MEDITAÇÃO SOBRE A VERDADE

                                      Os velhos cidadãos romanos já “gritaram” aos pedestres dos seus túmulos na Via Ápia Ântica: “O que vocês são, nós já fomos; o que nós somos vocês vão ser.”
Qual é então a verdade sobre a nossa vida?
A resposta é muito pessoal e exige a coragem de ir além do limiar da morte. Sim, o ser humano de natureza procura a verdade como tal. Os universitários experimentam isso ouvindo dos professores, uma vez que objetivo das ciências é chegar ao conhecimento da verdade.

  1. Procurar a verdade.

O que significa isso? A verdade existe! O Papa Bento XVI, no dia 17 de janeiro de 2008, afirma que não está impondo a fé, mas incentiva a busca da verdade. O método acadêmico tem as suas metodologias que, respeitando as ciências, deveriam levar-nos à Universidade, quer dizer a Verdade Universal. Neste contexto, do intelectual esforço rumo à verdade, a fé não abafa o processo da procura da verdade, pelo contrário, incentiva ainda mais esta proposta. Atualíssimo, então, apresenta-se o clássico adágio do pensador escolástico, Santo Anselmo: “fides querens intelectum” – a fé necessita ser confirmada pela razão. Assim, o esforço científico das pessoas livres, torna-se um grande serviço ao Reino de Deus.
Tudo isso é Importante para que tenhamos consciência do primado da ética sobra a ciência, primado da pessoa sobre as coisas e supremação do espírito sobre a matéria; transcendência do homem sobra a matéria e transcendência de Deus sobre o homem. (Conf. S. João Paulo II, Ex Corde Ecclesiae, 18

  1. Ser fiel à verdade.

Isso não é fácil. Já o antigo Sêneca disse: “Duas coisas fortalecem a alma: fidelidade à verdade e a fé em si próprio.” As ideologias modernas proliferadas nas Universidades e nos meios da comunicação poluem a mente e contaminam a verdade. Principalmente a convicção da onipotência do ser humano, que quer estabelecer as normas morais, o conduz à enganosa arrogância da felicidade. Alguns acham que o homem da ciência e os artistas deveriam atuar, mirando somente no progresso da ciência e da arte, ignorando as normas morais.
Se este pensamento fosse verdadeiro, não se poderia, por exemplo, acusar e julgar os médicos nazistas alemães e japoneses que realizaram os cruéis experimentos médicos em seus prisioneiros. Por isso, a liberdade do homem, da ciência e do artista entendem-se sempre em relação ao bem. Vale a pena citar o Apóstolo Paulo: “Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça”.(Ef. 4,15)

  1. Transmitir a verdade.

Os mortos da via Ápia Ântica estão nos transmitindo uma verdade existencial sobre nós. Somos dispostos a ouvir? Que o dia dos Finados nos remeta à necessidade de buscar a verdade sobre nós mesmos e sobre a nossa vida.
Tudo isso nos remete à descoberta do reflexo de Deus no mundo e em nossas vidas: a Verdade do Ressuscitado.

Confiemos à especial intercessão e proteção de Nossa Senhora das Mercês, Padroeira de nossa Diocese, para que possamos progredir nessa caminhada diocesana.

Com minha bênção,

Porto Nacional, 01 de Novembro de 2017.

Dom Romualdo Matias Kujawski
Bispo Diocesano

 

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