VATICANO

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CNBB

REGIÃO NORTE 3

Retomando os caminhos da Evangelização

“State in fide” (“Sejam fortes em fé”) 1Cor 16,13

Prezados Sacerdotes, Diáconos, Religiosas e dileto Povo de Deus,

O nosso Papa Francisco nos adverte que tenhamos uma preocupação especial para com o crescimento da missão continental.

Devemos sair de “nós mesmos e ir para as periferias, não só geográficas, mas também periferias existenciais: as do mistério do pecado, as da dor, as da injustiça, as da ignorância religiosa, as do pensamento, as de toda miséria”.

A Igreja, que não sai para buscar um novo rumo na sua ação evangelizadora mais cedo ou mais tarde adoece na atmosfera viciada de seu confinamento. Trata-se então da necessidade de se repensar os caminhos pastorais da Igreja em geral e também, em particular, da nossa centenária Diocese de Porto Nacional.

A pergunta é esta: qual é o rosto pastoral da nossa Diocese?

A partir das reflexões dos Padres reunidos no nosso último Conselho Presbiteral no dia 10 de Junho de 2013 poderíamos dizer que o nosso lema será o seguinte: Igreja Primás do Tocantins: resgatando a identidade do passado e olhando para o futuro!

Meus queridos Irmãos e Irmãs.

Nós não temos alternativa. Ou vamos vestir a camisa, arregaçar as mangas e agir segundo as nossas Diretrizes Diocesanas de Pastoral ou, então, vão rir de nós em grande zombaria como igualmente fizeram com aqueles construtores da torre do Evangelho que não chegou ao fim porque mal calcularam o material necessário para concluí-la. (Mt…)

O Papa Francisco continua nos exortar: “cuidem dos jovens, aos quais se deve oferecer uma proposta cristã séria, um acompanhamento, para que sejam abertos à missionariedade, à formação espiritual; e, outra preocupação, deem atenção pastoral às famílias”.

Eu diria, que o Papa, priorizando os jovens e as famílias, pensa sobre todo Povo de Deus e destaca a importância destes dois grupos na chamada “Nova Evangelização”.

Portanto, estou insistindo na pergunta: nós, a Diocese de Porto Nacional, qual Igreja queremos ser?

Esta pergunta tem que ser muito rezada, refletida e partilhada. Já temos o tesouro do passado: a natural devoção popular que se manifesta em forte culto ao Divino Espírito Santo, nas folias, nas festas dos padroeiros paroquiais… Destacamos na nossa historia o grande Bispo Dom Alano Maria Du Noday, o piedoso Padre Luso, as Irmãs Dominicanas e tantos e tantas Leigas e Leigos que mereciam especial memória. Este é o nosso altar, a pedra histórica que marca a nossa identidade.

Mas os tempos pós-modernos nos questionam sobre futuro. Não podemos permanecer parados, mas, respeitando a nobre história do passado, devemos atender aos chamados à construção do atualizado e novo altar da nossa dinâmica identidade crista e católica.
Por isso gostaria de insistir na importância de retomarem os caminhos da evangelização, que se sintetizam na urgência vista por mim da seguinte maneira:

Formação do Povo na iniciação cristã, quer dizer: na mística da oração e conversão, e também na necessidade da convivência recíproca a partir do exemplo dos primeiros cristãos: “vejam como eles se amam”.

Este objetivo é perfeitamente realizável quando colocado seriamente em pratica pastoral, nas nossas paróquias, o Diretório dos Sacramentos promulgado no dia 15 de Agosto de 2010 e as nossas Diretrizes da Ação Pastoral Diocesana, assinadas no dia 08 de Dezembro do mesmo ano.

Um acontecimento muito importante, para o qual todos devemos nos mobilizar, é o Centenário da Diocese que, se Deus permitir, festejaremos no ano de 2015.

O nosso Jubileu está sendo preparado com a realização do Sínodo Diocesano que foi iniciado no ano de 2011. Felizmente, já terminamos o ano de 2012 que foi dedicado à Família. Agora, em plena vivência do atual ano de 2013, estamos destacando a força vital e espiritual da nossa Juventude.

O ano de 2014 nos convidará a repensar as metodologias da nossa Catequese. Enfim o ano de 2015 será o ano celebrativo do nosso Grande Jubileu de ação de graças e do pensamento social.

Estamos tendo, então, a coragem de ler e de tirar as conclusões, para nós e para nossa Diocese, dos tão nobres e valiosos sinais do tempo da graça e da misericórdia de Deus conosco?

Lembremo-nos de que, até a mais perfeita estrutura pastoral e o mais sofisticado plano orgânico de ação, sem a nossa “alma”, correm o risco de tornarem-se vazios e ridículos.

Estou consciente de todas as dificuldades e desafios. Entretanto, eu me fortaleço unido a vocês e inspirado pelas insistentes palavras do nosso Papa Francisco: “façam tudo o que devem fazer; vocês sabem quais são seus deveres ministeriais; assumam suas responsabilidades e, depois, deixem a porta aberta. (…)

Saiam em missão para evangelizar e lembrem-se de que “sair de si mesmo é sair também do recinto do jardim dos próprios convencimentos considerados inamovíveis. Deve-se sair se há o risco deles se tornarem um obstáculo e fecham o horizonte que é de Deus”.

No anexo a esta carta vamos encontrar algumas orientações concretas da ação pastoral debatidas no Conselho Presbiteral no dia 25 de Junho de 2013 e por mim aprovadas.

Confiando na força renovadora da Graça de Deus dentro de nós mesmos e no entusiasmo apostólico, me submeto à misericórdia do Nosso Senhor do Bonfim do sertão da Diocese e da materna intercessão da Padroeira, Nossa Senhora das Mercês.

Cordial benção a todos

Porto Nacional – TO, 19 de Junho de 2013.
Dom Romualdo Matias Kujawski
Vosso Bispo Diocesano

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