Inspirados pelo Papa Francisco retomamos a alegria de evangelizar

13 de Janeiro de 2014. Prezados Irmãos e Irmãs,

Estou passando as minhas férias em São Paulo. Entretanto, aproveito para fazer algumas consultas médicas as quais objetivam avaliar com mais critério a minha saúde. Mas, mesmo neste tempo do descanso não posso desligar-me da minha Diocese, com a qual espiritualmente permaneço sempre unido.

Lendo a Exortação “Evangelii Gaudium” do Papa Francisco, escrita como fruto do último Sínodo dos Bispos em Roma que foi dedicado ao tema: “Nova Evangelização”, sinto-me inspirado a partilhar com vocês certos pensamentos. Quero marcar, principalmente, o fio condutor que perpassa todo o Documento: “Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (n 01). Esta afirmação deveria causar dentro do nosso coração uma nova vontade de viver com alegria a fé e, assim, deixar-nos envolver mais integralmente com as pastorais.

O mencionado documento tem cinco capítulos. Hoje gostaria de me concentrar somente no Capitulo Primeiro: A transformação missionária da Igreja.

Segundo o que posso ver, alguns pensamentos do Santo Padre nos convidam a uma reflexão pessoal mais aprofundada.

  1. – A primeira constatação do Papa sintetiza-se assim: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (n 01) – Jo 20,20; Att 2,46; Att 8,8; Att 13,52; Att 16,34
  2. – Para não perdermos esta alegria o Papa nos lembra: “Deus nunca se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia” (n 03).
  3. – Em seguida o Papa prossegue: “Compreendo as pessoas que se vergam a tristeza por causa das graves dificuldades que tem de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé começasse a despertar, como uma secreta, mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias” (n 06).
  4. – Assim neste contesto podemos falar sobre “a doce e reconfortante alegria de evangelizar” que se torna “uma eterna novidade” (n 09-11) da memória do passado encarnado no mundo de hoje.
  5. – Entendemos então, seguindo o pensamento do Papa, que ele quer “uma Igreja em saída”, a Igreja que tem consciência da permanente transformação missionária – “a ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja” (n 15 e 19-20): “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, invés da uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”… Enquanto lá fora há uma multidão faminta: e Jesus repetindo sem cessar – “Dai lhes vós mesmos de comer.” Mc 6,37 (n 49).
  6. – O tempo da mudança das épocas exige de nós, então, a mudança da nossa atitude saindo do passivíssimo sem iniciativa e passando à dinâmica alegria de “primeirar, envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar”. (n 24). A base de tudo isso é a pessoal graça da fé que nos leva ao centro com o Evangelho: “Ao inicio do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que oferece à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo… somente graças a este encontro – ou reencontro – com o amor de Deus… somos resgatados da nossa consciência isolada e da auto-referencialidade” (n 07 – 08).

Assim sendo, a conversão pessoal tornou-se fundamental: “pastoral em conversão” (n 25), seguida do “discernimento, purificação e reforma” (n 30).

Destaca-se, sem dúvida nenhuma, a dimensão missionária: “A pastoral como chave missionária” quer dizer, o abandono deste cômodo critério pastoral: “faz-se sempre assim” (n 33).

Que as orientações do Papa Francisco inspirem e ajudem-nos a entender o espírito dos nossos tempos e da atuação pastoral na Nossa Igreja Diocesana de Porto Nacional. Daqui a pouco vamos nos comunicar com a próxima reflexão.

Nossa Senhora das Mercês, rogai por nós

Dom Romualdo Matias Kujawski

Vosso Bispo

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